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quinta-feira, 9 de julho de 2009
Ninguém é insubstituível
Em uma sala de reunião de uma multinacional o CEO nervoso fala com sua
equipe de gestores. Agita as mãos mostra gráficos e olhando nos olhos de
cada um ameaça: 'ninguém é insubstituível' . A frase parece ecoar nas
paredes da sala de reunião em meio ao silêncio. Os gestores se entreolham,
alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço se levanta e o CEO se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim. E o Beethoven?
- Como? - o CEO encara o gestor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substitui o Beethoven?
Silêncio.
Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei
muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam em descobrir
talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os
profissionais são peças dentro da organização e que quando sai um é só
encontrar outro para por no lugar.
Quem substitui Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra?
Dorival Caymmi? Garrincha? Michael Phelps? Santos Dumont? Monteiro
Lobato? Faria Lima ? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Paul Newman?
Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Michelângelo? Bach? Mozart?
Rembramdt?.................
Todos esses talentos marcaram a História fazendo o que gostam e o que sabem
fazer bem - ou seja - fizeram seu talento brilhar. E, portanto são sim
insubstituíveis.
Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para
alguma coisa. Está na hora dos líderes das organizações reverem seus
conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe
focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar
'seus gaps'.
Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era
instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranoico.
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte,
discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.
Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar
seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o
talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
Se você ainda está focado em 'melhorar as fraquezas' de sua equipe corre o
risco de ser aquele tipo de líder que barraria Garrincha por ter as pernas
tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser
surdo e Gisele Bundchen por ter nariz grande.
E na sua gestão, o mundo teria perdido todos esses talentos???
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